“DAI: o futuro da inteligência artificial é com a Blockchain?”


Por Juliana Manara, Coordenadora das Áreas Integradas do iCoLab *Texto produzido com a ajuda do ChatGPT

O tema escolhido pode parecer presunçoso vindo de uma pessoa que não escreve códigos e também não tem nenhuma experiência em machine learning ou inteligência artificial em si. É importante pontuar que a opinião colocada aqui tem pontos pessoais sim, sendo o resultado de um compilado de notícias, artigos e discussões de uma business designer que vem trabalhando com estratégia de inovação e inovação disruptiva. Mesmo assim, fica difícil negar o poder que a intersecção entre Blockchain e Inteligência artificial tem, e por isso, ele vai ser o centro da atenção aqui.

As AIs atuais estão só no início e necessitam, como um componente importante para o seu desenvolvimento, de uma base de dados de alta qualidade, requisito não atingido no contexto atual, muito por conta da centralização de desenvolvimento e treinamento de modelos em poucas e grandes empresas. Até mesmo nossas metodologias e tecnologias complementares permanecem sendo centralizadas, criando uma dinâmica de economia que nem sempre está alinhada ao pensamento do consumidor e que muitas vezes só valoriza as estruturas e assets das próprias empresas.

O recente alarmismo em torno da AI, através do pedido de 6 meses de pausa e até mesmo uma intervenção militar para o fechamento de centros de pesquisa em AI, trouxe à tona a discussão do potencial negativo da tecnologia, construindo uma nova barreira para o desenvolvimento, visto que afeta investimento e a abertura de novas iniciativas de pesquisa e experimentação. Isso porque a AI comprovadamente pode trazer riscos significativos para a humanidade, como vieses algorítmicos, falta de transparência e potencial de manipulação. Pontos que são importantes, mas não justificam tais atos, até porque já houve outros momentos da história em que discussões de tecnologias com potenciais destrutivos foram trazidos à tona. Não há ninguém que não se lembre das manifestações contra a implementação da robótica na indústria e como milhares de pessoas iriam perder seus empregos. Mas, no final das contas, o que se tornou e ainda está em evolução, na verdade, é a forma como vimos o trabalho e como o ser humano precisou se atualizar para conviver em um mercado de trabalho com novas tecnologias. Não que as implicações da tecnologia não devam ser previstas e avaliadas com cuidado, principalmente para camadas mais vulneráveis da população. Mas sim, que devemos usar o poder da coletividade e colaborativamente desenvolver estas e outras tecnologias e ferramentas capazes de criar antídotos para essas possíveis distopias, a fim de prevenir que elas virem realidade.

“A colaboração e a federação de conhecimento é uma das principais e únicas vantagens que permitem aos seres humanos evoluir e dominar outras espécies que eram fisicamente mais poderosas.” Jesus Rodrigues

Como uma resposta interessante a diversas preocupações relacionadas à IA, trago a DAI para o centro da discussão. Decentralized Artificial Intelligence (DAI) é uma rede descentralizada e autônoma de computadores que trabalham juntos para executar tarefas de IA sem a necessidade de uma autoridade central. Ela utiliza algoritmos de consenso, criptografia e incentivos econômicos para garantir a segurança e a precisão das tarefas executadas. Ao contrário da IA centralizada, a DAI permite que os dados sejam mantidos em dispositivos locais, garantindo a privacidade dos usuários. Além disso, pode ser projetada para incluir incentivos econômicos que encorajem um comportamento ético e responsável. A DAI pode ser acessível a qualquer pessoa que tenha um dispositivo conectado à internet e pode ser usada em diferentes setores, como saúde, educação e finanças. A democratização da IA é um passo importante para garantir que a tecnologia beneficie a sociedade como um todo, o que também pode levar a uma maior colaboração e inovação, já que qualquer pessoa pode contribuir para a rede.

A DAI tem aplicações práticas em diversas áreas, desde a detecção de fraudes em serviços financeiros até o diagnóstico médico. Ela também pode ser usada para desenvolver sistemas de reconhecimento de voz e imagem mais precisos e seguros. Na web3, a DAI pode ser utilizada para criar aplicativos descentralizados (dApps) que funcionem com base na inteligência artificial, como assistentes pessoais e chatbots. Ela também é considerada base para o desenvolvimento de um metaverso 100% descentralizado e autônomo, onde o usuário consegue interagir, fazer transações e criar um ambiente virtual livre de centralização e censura.

Para a dinâmica econômica fazer uma mudança completa de IA centralizada para IA descentralizada (DAI), é necessário mudar aspectos ligados ao treinamento, otimização, testagem e criação de conhecimento dos modelos para que se tornem mais universais, um conceito chamado de “Federated Learning” criado pelo laboratório de pesquisa do Google. Esse conceito se baseia em uma nova arquitetura de aprendizagem para que a inteligência possa operar de forma altamente distribuída, onde dispositivos como mobile e IoT contribuem para o modelo coletando e mantendo os dados intactos nos próprios aparelhos.

Existem ainda alguns desafios que precisam ser resolvidos para que a DAI se torne realidade em um ambiente positivo. Um deles é o problema de privacidade e como se pode prevenir que a IA exponha dados sensíveis. Outro é o problema da influência, onde terceiros podem entrar no processo de treinamento sem influenciar quantitativamente. Também existe o problema econômico e como incentivar o desenvolvimento e distribuição do conhecimento descentralizado. E por último, o problema da transparência ligado ao fator: a tomada de decisão e dados da IA conseguem ser distribuídos de forma transparente sem a necessidade de uma autoridade para passar confiança? É interessante prestar atenção que muitos dos pontos trazidos são pilares da própria Blockchain, mas que, por ser uma tecnologia, um meio, não exclui a existência deste problemas vistos que envolve tomada de decisão e ética entre os stakeholder envolvidos, e muitas vezes a própria IA precisa ser entendida e avaliada como um stakeholder no processo.

Para finalizar, uma afirmação do Yat Siu para provocar o seu pensamento: 

“Temos uma escolha: queremos que a IA seja capturada pelos mesmos modelos de negócios concentrados que se consolidaram na Web2? Ou a visão de propriedade descentralizada da Web3 é uma aposta mais segura?” Yat Siu, Co-Founder Animoca Brands

Iniciativas que vale a pena ficar de olho:

Generaitiv é uma plataforma DAI dedicada a democratizar, tornar aberta e confiável inteligência artificial. No momento ela não só tem um ecossistema de soluções envolvendo blockchain e AI mas também tem tido o papel de expandir as fronteiras das tecnologias de AI ajudando a dar forma ao futuro da web3 mais integrada, com foco em trazer maior equidade, eficiência e inovação para os negócios através de soluções on-chain de AI.

Referências:

The potencial od decentralized artificial inteligence in the future – Toshendra Kumar Sharma, Blockchain Council

Decentralized AI in 5 minutes – Jesus Rodrigues, IntoTheBlock (Medium)

Generaitiv Announces Groundbreaking Innovations in Decentralized AI and Web3 Integration With White Paper Release – Koko, NFT EveningWeb2’s Lesson for AI: Decentralize to Protect Humanity – Yat Siu, CoinDesk

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